quarta-feira, 22 de maio de 2013

A gente vê por aqui...

-Eu não sou racista, tenho parentes negros (mas acho suspeito e fico com medo quando um negro se aproxima de mim na rua).

-Eu não sou homofóbico, tenho amigos gays (mas não gosto de ver casal gay de mão dada ou se beijando na rua, acho que eles deviam fazer isso dentro de suas casas).

-Eu não sou um intolerante religioso, tenho colegas que são espíritas, por exemplo (mas acredito que só a minha religião é a certa e estou convicto que todas as outras conduzirão para a condenação eterna).

Eu não sou xenofóbico (mas acho errado pessoas que vêm de fora pegar emprego de quem é daqui, mesmo se elas forem mais qualificadas para o trabalho).

-Eu não sou hipócrita (mas ajo como tal).


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Polícia do Brasil

É muito irônico pensar em como os policiais exigem o respeito da população e agem de forma violenta contra os cidadãos conscientes e que tentam trazer mudanças positivas através de protestos.

No dia 15/05/2013, em Natal-Rn, vimos um exemplo do que realmente é a polícia brasileira, que serve os interesses dos políticos, e os políticos servem os interesses dos empresários. Acredito que os policiais esquecem que na hora que a casa cai os políticos se livram da responsabilidade e os culpam de uso de violência excessiva, quando todos sabem que foram ordens que vieram de cima, dos próprios safados de terno e gravata.


De qualquer forma, muitos desses policiais devem ser desprovidos de inteligência, já que não eprcebem que se eles se unissem ao povo, nós conseguiríamos alcançar mudanças favoráveis a todos nós trabalhadores honestos. Mas eles preferem servir e obedecer (como cachorros cegos) aos políticos, e somente estes ganham com isso. Ou o policiais pensa que os políticos se importam com eles?


Sou a favor de uma melhor qualidade de trabalho, salário e treinamento para os policiais, mas enquanto eles não perceberem que a união com o povo que vai fazer com que esses direitos - e vários outros - sejam alcançados, a população em massa jamais ficará ao lado deles nessa luta.


Voltando especificamente ao caso de Natal, que ocorreu essa semana, não podemos esquecer dos policiais que negaram se identificar (por medo de quê?), dos que tiraram as câmeras das mãos das pessoas (por medo de quê?), ferindo assim a liberdade de imprensa, dos que bateram em mulheres e atiraram balas de borracha em pessoas que estavam paradas e com as mãos para cima. Os policias sabiam que estavam fazendo errado, mas não hesitaram em fazer porque sabem que estão protegidos pelo sistema corrupto. São covardes!


Por que eles não prenderam os "vândalos" que jogaram pedras, segundo depoimentos dos policiais? Se esses "vândalos" realmente foram os primeiros a agredir, seria fácil identificar e prender. Mas a intenção não era prender "vândalo". A intenção era espalhar o medo e reprimir todo o protesto, atirar em todos, até mesmo em pessoas que estavam socorrendo outras que estavam machucadas ou com falta de ar, por exemplo. Pura covardia, não tem outra palavra pra descrever.  


Essas ações descritas aconteceram em Natal, mas elas podem ser vistas em todo o Brasil, pois essa é a nossa formação de policiais. Entre tantas coisas que o Brasil precisa melhor, o treinamento dos policiais é uma delas. 




domingo, 28 de abril de 2013

Incoerência no Discurso

Algumas pessoas vivem pelo simples prazer de odiar. Não que elas tenham uma causa específica pra odiar. Qualquer pessoa, coisa ou assunto pode virar o alvo para demonstrar com quanto rancor ela vive guardado dentro dela e como ela é mal amada (para não dizer um outro "mal") e pobre de alma.

Eu já cheguei a passar um tempo off do Facebook porque pensei que uma ferramenta como esta - que tem um poder tão vasto de compartilhar informação com diversas pessoas em diversos lugares ao mesmo tempo - estava sendo jogada fora por inutilidades, por futilidades, pela falta do exercício do intelecto humano.

Porém, admito que todos precisamos de momentos fúteis, momentos para esquecer das coisas sérias e apenas rirmos de tudo e do nada. Não sou ninguém para julgar quem deve ou não se interessar pelo país ou mundo que vive. Cabe a cada pessoa dosar o quanto de futilidade ela consegue digerir por dia e aprendi a conviver com isso nesta terra virtual (mas confesso que nem sempre sou imune à tristeza que me vem ao pensar como seria se todo esse interesse fosse canalizado para outras áreas).

No entanto, ainda não aprendi a ler tais "opiniões" (ou poderíamos dizer: "demonstrações de ódio"?) e não me perguntar o objetivo delas. Ora, esses tais "odiadores" soberanos - eles que acham que possuem um senso crítico tão elevado e que pensam que estão acima dos outros pobres seres não tão desenvolvidos intelectualmente quanto eles - não saberiam eles que a argumentação faz parte do intelecto humano? Ou será que realmente o prazer deles vem apenas do ódio gratuito? Tragédias, mortes, sofrimento e dor são vítimas de tanto ódio originado dessas pessoas. Se fossem, pelo menos, comentários construtivos. Mas não, o que vemos é apenas o rancor, que às vezes vem disfarçado de escárnio.

Cito aqui apenas um exemplo do alvo deles: é muito fácil reclamar de tudo e dizer que o sistema é corrupto e falho, mas não fazer nada (absolutamente nada) para se alcançar mudanças, para tentar ir atrás do que você acredita (ou ir contra aquilo que você não acredita). Se você reclama de quem está te roubando e depois reclama de quem está tentando fazer algo contra quem te rouba, o que você quer afinal?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Religião: retiro espiritual ou justificativas para odiar?

Todas essas polêmicas de Malafaia's, Feliciano's e seguidores me fazem pensar:

É engraçado que quando a gente assiste um filme ou lê sobre a época da escravidão, os argumentos que usavam para não dar liberdade aos negros, ou para não aceitá-los como iguais para o voto etc eram praticamente os mesmos que usam hoje em dia para não aceitar que os direitos dos gays sejam garantidos - com exceção do argumento do "cientista" Malafaia, que diz que ninguém nasce gay, apesar de muitos discordarem.

Ninguém é obrigado a aceitar o comportamento do outro, ainda mais numa instituição onde você pode criar as regras que quer, mas não aceitar que o outro tenha seus direitos a segurança e a uma vida com paz, assim como todo outro deveria ter, é uma atitude de alguém sem amor no coração e, para mim, deus é amor.

O pior de tudo é querer colocar medo nas pessoas, o medo é uma ótima ferramenta para evitar mudanças. Assim como o governo faz com a população, espalha o medo para que assim o povo se cale, os pastores também fazem com seus fiéis e admiradores. Eles espalham o medo dizendo que a verdadeira intenção dos "malvados" ativistas gays é elevar o comportamento gay a um patamar maior do que a do hétero (oi?!) e, dessa forma, fazer com que todos comecem a ser gays também (piada, né?). Eles ousam ir mais longe e dizer que com tais leis de combate a homofobia, os gays podem se aproveitar de um brecha para praticar atos de pedofilia (!).

Vocês não precisam aceitar, senhores pastores, mas respeitem, por favor! Existem héteros ateístas e gays também. Existem héteros cristãos e gays também. Existem héteros pedófilos e gays também. Porém, a orientação sexual da pessoa não determina religião (ou falta dela), nem se a pessoa tem bom ou mau caráter e nem se ela possui doenças ou desordem mentais (como a pedofilia) ou não.

A intolerância possui várias máscaras, mas acredito que a mais feia de todas elas é a religião. No caso, não a religião em si, mas a pessoa que se esconde atrás dela pra justificar seu ódio por tudo que não se enquadra nos padrões que ela determina como certos e únicos. Não desrespeite o próximo em nome de Jesus, ele nada tem a ver com sua falta de amor.

sábado, 30 de março de 2013

Pinheirinhos, história da vergonha.

Já faz mais de um ano que essa matéria foi ao ar. Sim, já faz mais de um ano que esse massacre aconteceu (porque isso pra mim foi um massacre), mas o tempo não é motivo pra esquecer, pra se calar. Há poucos meses vi uma reportagem falando que ao menos 40% dessas famílias ainda estão vivendo em estado de extrema pobreza, sem falar nos outros 60% que não sabemos como estão. Qual ser humano de bom coração consegue ver isso e não se emocionar junto com o repórter? É muita miséria e muita falta de humanidade para querer resolvê-la. Os poderes executivo, legislativo e judiciário estão corrompidos, não trabalham em interesse do povo e sim dos grandes empresários. A polícia não tem personalidade para se recusar a fazer um trabalho sujo desse. O que nos resta? Fazer um golpe?


segunda-feira, 18 de março de 2013

Religião e Política

Por que existem tantas religiões no Brasil e a única que tenta dominar a massa e tomar decisões pelo estado é a cristã? Não vejo nenhum budista forçar alguém a viver sob seus princípios, por exemplo.

Não me entendam mal, eu fui criado em uma familia cristã e continuei sendo por muitos anos, sem influência de ninguém. Meus pais me batizaram, mas decidi continuar com os rituais religiosos e frenquentar as missas, encontros e eventos por escolha própria. Porém cheguei a uma certa maturidade (e idade intelectual) que me permitiu ver quanta coisa suja acontece dentro de uma instituição como a igreja e quanta hipocrisia existe também. Vejam bem, não estou falando de Deus, estou falando da instituição.

Muitos padres, pastores e muitos fiéis não se envolvem diretamente com a corrupção que acontece dentro de uma igreja, porém eles financiam cegamente um falso profeta estelionatário que está acima deles.

Mas o assunto era outro, vamos refletir: uma religião pode determinar sob quais condições e normas seus seguidores devem viver, mas não deve jamais impor suas leis a toda uma nação. Ou estamos realmente retrocedendo? Se possuímos liberdade religiosa, isso quer dizer que temos a escolha de qual religião queremos ter, e a escolha também de não ter uma religião.

Agora vamos a polêmica do momento. O pastor/deputado Marco Feliciano já deixou bem claro que a união civil entre pessoas do mesmo sexo é algo que não deve existir na nossa sociedade, ele também já deu declarações contra outras religiões, declarações que incitam o preconceito e o ódio (principalmente contra o candomblé), e ele também já falou alegou que os africanos e os descendentes deles, são amaldiçoados. Bem, ele tem todo o direito de não aceitar o casamento de duas pessoas do mesmo sexo dentro da sua igreja, mas ele não pode gerar preconceito e ódio para os gays (e esperar que toda a população brasileira não aceite a igualdade de direitos porque sua religião não "permite"), gerar o mesmo ódio para as religiões que são discriminadas pela sociedade e para os negros também. Ele não pode utilizar a bíblia como argumento para obrigar todos os cidadãos (religiosos ou não) a ter a mesma perspectiva do mundo que ele tem e esquecer da mesma bíblia na hora de cobrar o dinheiro do suor do trabalho dos fiéis daquela igreja, na hora de julgar o próximo com o ódio que Jesus jamais ensinou.

Eu sou contra a existência de uma religião que promove extorsão de dinheiro, principalmente de pessoas frágeis e sem educação, assim como vários outros são. E mesmo assim eles continuam no direito deles de terem a igreja (mas não de extorquir), se mascarando de servos de Deus, inclusive para ganhar cargo público com salários de mais de 20 mil reais. Não lutamos contra a existência de pastores, lutamos contra a existência de pastores corruptos, assim como de políticos corruptos, não podemos fazer nada se a maioria deles são desonestos.

Agora o ponto principal. No seu novo cargo, como presidente da câmara dos direitos humanos, o pastor/deputado Marco Feliciano terá poder para colocar ou retirar de pauta projetos de lei relacionados a direitos humanos e defesa de minorias. E após tais declarações mencionadas acima, o que vocês acham que ele vai fazer (ou tentar fazer) com os direitos já conquistados? E com os novos que podiam ser aprovados?

Está claro o jogo de interesses que está acontecendo neste exato momento no cenário político do nosso país. A igreja evangélica está querendo voltar nos tempos e quer que a religião exerça novamente uma grande influência no estado, desrespeitando assim a suposta laicidade que há nele. A cada dia vemos mais pastores assumindo cargos públicos através do poder de persuasão que eles têm de enganar o povo ignorante e sem educação, que são a grande maioria que doam e que votam neles.

Hoje é um dia que vai ficar marcado, um dia de profunda tristeza para tantas conquistas que alcançamos no sentido de liberdade nesse país. Eleger um presidente dos direitos humanos com as portas da câmara fechadas, para que dessa forma o povo não tenha direito de entrar e presenciar, é um ato de ditadura. E isso me assusta de verdade.

Hoje eu também soube que um ruralista assumiu a presidencia da Câmara do Meio Ambiente. Quantos jogos políticos cobertos de sujeira não estão envolvidos por trás da ocupação desses dois cargos? O que está por vir me dá muito medo, e não sei se quero estar no Brasil para presenciar isso.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Humanidade vs Humano

Meu país está uma grande desengano. Analiso vários aspectos e só vejo tristeza. Quem esperava um pouco de sensibilidade de uma líder mulher, teve uma enorme decepção com nossa presidenta Dilma. Não sei como ela tem a cara de pau de aparecer chorando em algumas ocasiões quando todos nós sabemos como ela é fria quando tem que tomar algumas decisões para lidar com assuntos relacionados a direitos humanos, principalmente na questão dos índios. 

As pessoas falam em vergonha de ser brasileiro. Mas a vergonha nem é de ser brasileiro, a vergonha é de ser da raça humana mesmo. Porque não entendo como alguém pode fazer isso com outra pessoa. Porcos/ricos gananciosos apoiados por porcos/políticos gananciosos e defendidos por porcos/policiais gananciosos. Até quando vamos ver esse tipo de coisa acontecer? Seja em Pinheirinho, seja na aldeia Guarani-Kaiowá, seja esse caso aqui. Todos esses casos têm algo em comum. A falta de humanidade no ser humano e o excesso de ganância que ele possui.